quinta-feira, 29 de abril de 2010

O instante existe

Numa próxima encarnação, se houver, eu quero ser música.
Dessas que nos dominam a primeira 'ouvida', você me entende? Ser dessas músicas com letras consistentes e que não conseguimos parar de ouvir. Quero ser uma dessas músicas que são tão a gente que é incrível a gente não ter escrito. Quero ser melodia doce, suave, calma. Quero ser letra que marca, que aproxima, que acalenta. Quero dormir em aparelhos musicais, quero morar em violões talentosos, quero morar nas conversas entre amigos. Quero ser registro histórico, quero marcar vidas. Quero ser linguagem do verbo, do som e da alma.

Quero ser música.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Caetanear o que há de bom

"Mora na filosofia... Pra que rimar amor e dor?"


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ismália

Certa vez Ismália se envolveu com um rapaz que fazia suas borboletas dançarem e que parecia perfeitamente indicado. Indicado a qualquer coisa que se pretendesse começar.
Se entregou como já era de se esperar. Ela é esse tipo de gente que se entrega mesmo, sabe? Que vai... Mesmo sem saber no que vai dar.
E como a Ismália do poema... Ela se entregou a Lua.

E como ainda não ganhou sua bola de cristal... Ismália sofreu.
Muitos poderiam dizer que aquilo era óbvio; muitos diriam que Ismália não sabe fazer escolhas.
Muitos não sabem como ela se sente e como se sentiu.
E como a Ismália do poema... Ela se perdeu no seu sonho.

Dois de seus órgãos brigam numa eterna luta.
O cérebro quer dominar Ismália; mas, o coração consegue (inacreditavelmente) ser o controlador das ações da pobre garota.
Ismália se parte em duas. A que quer partir e esquecer; e a que insiste em ficar, esperar e querer.

Mas, existem coisas que não aceitam metade. Tipo metade de um beijo, metade de um abraço, metade de um carinho, metade de um alguém.
É bem isso: "Ou frio ou quente... Morno não serve!"
O que Ismália precisa é de uma fusão entre as duas partes perdidas de si. Perdidas porque nenhuma consegue ser eficaz sozinha.

E ela quer um fim diferente da Ismália do poema...

"As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar..."

Alphonsus de Guimaraens - Ismália