"E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins."
Caio F.
Certa vez meu pai me disse que tanto feliz natal é porque a gente quer compensar os bons dias que não foram dados, as boas noites que não foram desejadas e os obrigados que não foram pronunciados. Desejar Feliz Natal e esquecer no resto do ano o sentido de desejar e querer coisas boas é como querer passar no vestibular e não olhar para um livro. Não sou a pessoa que mais exercita o 'querer o bem e fazer o bem', só não to conseguindo entender tanta coisa. Não faço mais questão de presentes (mesmo adorando receber), não faço questão de uma árvore ou de luzes na minha casa. Acontece que tudo anda tão sem sentido, tão sem dedicação.
Eu cansei do Natal do Papai Noel, eu quero o Natal de Cristo, verdadeiramente. Não quero ter que compensar o que faltou durante o ano com "Feliz Natal".
Achei que algumas épocas eram eternas, que algumas amizades só cresceriam, que algumas palavras eram incontestáveis, que só se atuasse nos palcos ou na tv, que a fé estava fora de provações. Achei que o amor era invulnerável a tudo e que todos seriam capazes de amar.
Sabe quando você pensa tanto que parece que já se passou um mês e, na verdade, ainda é ontem? Passou um mês de ideias e de ações, ações de dentro. E na velha história de não parar de pensar; eis que percebo o quão egoísta é o amor.
Essa história que o amor é altruísta é a maior mentira que já ouvi (e olhe que já ouvi algumas), acho que o amor mais próximo desse altruísmo é o de mãe e o de pai. Mas levando em conta que há quem não saiba ser mãe ou pai não farei disso uma regra.
Ninguém fica em alguma coisa se essa só faz mal. E quando fica, é doença. Se eu te amo e me amas ficas comigo... o amor flui. Se eu te amo e não me amas... não és obrigado a ficar comigo; pronto. Pois, ninguém ama por dois; ao contrário do que algumas personagens das novelas globais afirmam.
Não que o amor vá acabar aí... Pois, como já disse, uma vez, Arnaldo Jabor "Amor não exige a presença do 'outro'." Platão bem entende.
Não quero entender o amor, não mesmo. A graça disso tudo são as pequenas epifanias; e, pra mim, é disso que o amor é feito 'pequenas epifanias' (como diria Caio F.).
"Sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei quem sou."